"Por Deus, tenham um blog!" Papa Bento XVI


Coragem, Levanta-te! Jesus te Chama!


quarta-feira, 1 de março de 2023

 

Fraternidade e fome
“Dar-lhes vós mesmos de comer”

 

  

Deixemo-nos alimentar pela oração da Campanha da Fraternidade 2023

“Pai de bondade, ao ver a multidão faminta, vosso Filho encheu-se de compaixão, abençoou, repartiu os cinco pães e dois peixes e nos ensinou: “dai-lhes vós mesmos de comer”.

Confiantes na ação do Espírito Santo, vos pedimos: inspirai-nos o sonho de um mundo novo, de diálogo, justiça, igualdade e paz; ajudai-nos a promover uma sociedade mais solidária, sem fome, pobreza, violência e guerra; livrai-nos do pecado da indiferença com a vida.

Que Maria, nossa mãe, interceda por nós para acolhermos Jesus Cristo em cada pessoa, sobretudo nos abandonados, esquecidos e famintos. Amém. “

 

Objetivos da CF 2023

Objetivo Geral

SENSIBILIZAR a sociedade e a Igreja para enfrentarem o flagelo da fome, sofrido por uma multidão de irmãos e irmãs, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho de Jesus Cristo.

Objetivos Específicos

1. COMPREENDER a realidade da fome à luz da fé em Jesus Cristo;

2. DESVELAR as causas estruturais da fome no Brasil;

3. INDICAR as contradições de uma economia que mata pela fome;

4. APROFUNDAR o conhecimento e a compreensão das exigências evangélicas e éticas de superação da miséria e da fome;

5. ACOLHER o imperativo da Palavra de Deus, que nos conduz ao compromisso e à corresponsabilidade fraterna;

6. INVESTIR esforços concretos em iniciativas individuais, comunitárias e sociais que levem à superação da miséria e da fome no Brasil;

7. ESTIMULAR iniciativas de agricultura familiar agroecológica e a produção de alimentos saudáveis;

8. RECONHECER e fomentar iniciativas conjuntas entre comunidade de fé e outras instituições da sociedade civil organizada;

9. MOBILIZAR a sociedade para que haja uma sólida política de alimentação no Brasil, garantindo que todos tenham vida.

Podemos estar certos que: fome, vontade de comer e necessidade de comer são situações muito diferentes. Há mesmo pessoas que tem fome, não há o que colocar no prato para alimentar-se, “quem tem fome tem pressa” pois isso devemos motivar ações emergenciais para superação desta necessidade urgente e primária, deixar alguém com fome clama aos céus, com o cuidado para não criar dependentes da caridade, mas suprir uma necessidade imediata.

A vontade de comer também faz parte da condição humana, mesmo tendo algo para comer sente necessidade e vontade de comer outros alimentos, iguarias e até mesmo sentir outros sabores e temperos, a vontade de comer pode motivar a pessoa a buscar realizar esta vontade sem depender de ninguém, ela mesma pode ser programar para realizar esta necessidade.

A necessidade de comer atinge todo ser vivo: as plantas, os animais e os seres humanos. Em casa fase da vida há necessidades diferentes de alimentos, o equilíbrio alimentar é necessário em cada uma destas fases.

O grande desafio é criar uma educação e reeducação alimentar que assegure a qualidade e a quantidade de alimento para viver dignamente em nossos tempos.

Oferecer “cesta básica” é uma alternativa paliativa, mas necessária. Antigamente se dizia: temos que ensinar a pescar e não dar o peixe, depois evoluiu para: temos que dar a vara é mostrar como se pesca, em nossos dias precisamos ajudar a pessoa a construir sua vara de pescar.

A fome é um escândalo e um contra testemunho! Num país como o Brasil, líder mundial na produção de alimentos, ver pessoas passando fome revela muito sobre nossa economia, nossa cultura, nossa política e nossos cidadãos. Afinal, como podemos admitir que pessoas, famílias e até comunidades inteiras passem fome?  A Campanha da Fraternidade 2023 propõe refletir o tema da fome a partir da perspectiva cristã entendendo, sobretudo, que não existe fé sem obras e que qualquer discurso religioso sem uma prática de vida coerente torna-se estéril e vazio.

O trabalho dos Vicentinos serve de motivação para todos nós, dar atenção a necessidade integral da pessoa, além da cesta básica vem o cuidada com a casa, a valorização da pessoa com sua profissão para ajudar encontrar trabalho ou ir a busca de justiça social para seus direitos seja de apostadores ou pensionista.

Outra ação pastoral que nos enche de orgulho é a pastoral da criança e a pastoral da pessoa idosa, pois é manifesta a verdade preocupação com as pessoas, seja gestante, criança ou idoso. Além deste acompanhamento personalizado temos a “multimistura” ou farinha enriquecida que da qualidade de alimentação para aqueles e aquelas que estão famintos de proteínas, vitaminas, fibras… é uma ação concreta para eliminar a carência de proteínas que muitas pessoas tem advindas da má educação alimentar.

Nesta campanha da fraternidade temos três desafios em relação a fome: ALIMENTAR OS FAMINTOS, SACIAR OS QUE TEM VONTADE DE COMER E REEDUCAR OS HÁBITOS ALIMENTARES. Com estás motivações podemos e devemos nos empenhar nas visitas às pessoas que suspeitamos que estão em situação de vulnerabilidade alimentar, pois estes tem pressa. Promover cursos de culinária para criar novos sabores aguçando o curiosidade e a capacidade criativa das pessoas em relação a gastronomia; devemos empenhar na fabricação e distribuição da “farinha enriquecida” ajudando na complementação de novos hábitos alimentares.

Ao teremos contato com a letra do hino, possam refletir e avaliar as nossas atitudes de cristãos, “como promotores de uma sociedade mais justa, fraterna, solidária e que vá ao encontro dos irmãos que mais necessitam de auxílio, sobretudo, os que são afligidos pela fome”.

 

Hino da Campanha da Fraternidade 2023

1) Vocação e missão da Igreja: Responder ao apelo do Senhor (cf. Mt 14,16b) De sermos no mundo a certeza Da partilha, milagre do amor (cf. Mt 14,13-21)

R: Ó Bom Mestre a vós recorremos (cf. Mt 14,13b) Ajudai-nos a fome vencer Recordai-nos o que nós devemos: “Dai-lhes vós mesmos de comer.” (Mt 14,16b)

2) Jesus Cristo, pão da vida plena (cf. Jo 6,35) Em sua mesa nos faz assentar (cf. 1Sm 2,8) E sacia a nossa pobreza Para um mundo mais justo formar

3) Unidos nesse tempo propício De jejum, oração, caridade (cf. Mt 6,1-18) Recordemos, pois é nosso ofício Cultivar e plantar a bondade

4) A ausência da fraternidade Nos leva a desviar o olhar (cf. Eclo 4,5) o irmão que tem necessidade
De valor, alimento e lugar

5) A fome agravada no mundo, Vem de uma visão arrogante (cf. Pr 21,24) A carência do amor mais profundo (cf. 1Jo 4,20-21) Que nos torna irmãos tão distantes

6) Nas cidades e em todo lugar Que se abra o nosso coração (cf. Ef 1,18) À alegria de poder partilhar (cf. At 2,42) O pão nosso em feliz oração (cf. Mt 6,11)

Deixemo-nos inspirar por Nossa Senhora que nas bodas de Caná percebeu a falta de vinho e procurou inspirar o Filho para o gesto suprema de solidariedade, iniciando sua missão de trazer vida e vida em abundância para todos… sejamos como aqueles que servem, fazendo tudo que Jesus nos mandar.

“Tomai todos e comei… tomai todos e bebei…”

Pe. Renato, SDN

 

Coragem, levanta-te, Jesus te chama!

 

     
   
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Santíssima Mãe Maria. Partilhar a missão aquece o coração e nos torna mais missionários. Sou Renato Dutra Borges, nasci em Mutum – MG, no dia 08 de janeiro de 1970. foi ordenado presbítero em 07 de Dezembro de 2003, exerci a missão como missionário sacramentino nas paróquias: São Bernardo – Belo Horizonte., MG (diácono), São Sebastião – Espera Feliz, MG (diácono e padre); Santa Rosa de Lima, Jaguaribara – Ce; São Lourenço -Manhuaçu, MG; Papa João XXIII. Colíder, MT; Santo António de Nana Candundo, Moxico – Angola; São Bernardo, Belo Horizonte – MG e Paróquia Santa Cruz, Alta Floresta – MT.

O lema que escolhi para ser a baliza do meu ministério foi: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama”. Pode ser encontrado no Evangelho de Marcos 10,46-52 que relata o momento decisivo da vida de Bartimeu. Um encontro pessoal e direto com Jesus intermediado por outras pessoas que caminhavam com Jesus passando por Jericó. A cegueira de Bartimeu fez dele u m homem marginalizado, um mendigo à beira do caminho. Estava isolado duplamente: por não ver, não estar e caminhar com os outros. Estava condenado a uma vida passiva de resignação. Ao seguir Jesus devemos estar atentos as pessoas ao nosso lado, estar de olhos fixos em Jesus é ver a presença mística de Jesus no faminto, sedento, encarcerado, nu, enfermo... como nos ensina o evangelho de Mateus 25.

Bartimeu ouviu que Jesus estava passando e começa a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!” Esta oração, em forma de grito, chega aos ouvidos de Jesus que se comove. O grito equivale a um último recurso, um socorro, uma explosão de energia represada, uma manifestação barulhenta para ser notado. OUVIR, DISCERNIR E AGIR!

Jesus ouve e para. Não é surdo, nem de ouvidos e nem de coração, e o manda chamar. Quer estabelecer uma relação e por isso proporciona um encontro, no meio da rua e da multidão, como se estivesse em casa. Parou interessando-se por aquele que estava gritando, quer aproximação física. O marginalizado muda de postura: de sentado passa a ficar em pé, passa da beira da estrada para o seu meio, de gritar passa a dialogar. Deus não desiste de ninguém, cada pessoa tem algo que só ela pode oferecer para humanidade e Deus confia que tal pessoa vai realizar está missão.

O evangelista Marcos registra que, depois destes fatos, Bartimeu “seguia Jesus”. Na cura Jesus tinha dito “vai”, não o convidou para segui-lo, nem recebeu uma missão específica. Agora, com autonomia e capacidade de decisão, Bartimeu começou a seguir Jesus. Encontrar-se com Jesus deixa o coração ardendo e a pessoa se coloca a caminho!

Apareceu um novo missionário. Bartimeu aprendeu que a lógica da missão é uma resposta de gratidão ao encontro com Cristo. É o que mais desejamos como missionários sacramentinos, formar um povo missionário a partir da Eucaristia e Maria.

No relato do Bartimeu, os que estavam com Jesus, num primeiro momento impediram que gritasse. Mudaram de postura quando Jesus lhes dá uma missão e eles vão chamar Bartimeu. Jesus pede o mesmo para mim e para você, que nos consideramos mais próximo dele, isto é, sermos instrumentos de aproximação. O encontro pessoal com Cristo resultará em transformações, em conversão.

As atitudes contraditórias: um grupo de pessoas que está ao lado de Jesus e acredita-se com o direito para escolher as pessoas que podem estar perto dele. Eles deveriam facilitar o encontro e o dificultam. É uma atitude contrária ao desejo de Jesus, a qual hoje lamentavelmente ainda existe. São pessoas que se consideram próximos de Jesus, mas são surdos aos gritos desesperados dos que procuram Jesus e desejam sua Vida. Acreditam que veem, mas são cegos, acreditam que escutam, mas são surdos!

         Desejo nesta missão na Paróquia Nossa Senhora do Bom Despacho, mesmo com minhas limitações e em comunhão com a diocese de Luz e com os coirmãos sacramentinos, ajudar neste processo de facilitar a proximidade com a Graça de Deus da vida eclesial e missionária estando atento ao “grito de Bartimeu”, encorajar os paroquianos a ir ao encontro do Mistério Pascal pela escuta e estudo da Palavra de Deus, nas ações litúrgicas e pastorais, para fortalecê-los na missão, na participação e na caridade para serem anunciadores da Boa Nova do Reino de Deus.

         Que Maria, Mãe de Jesus, nossa Mãe e Mãe da Igreja... mãe de muitos nomes: Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora do Bom Despacho, Nossa Senhora da Luz... oriente e ilumine nossos passos para fazermos em nós a Palavra de Deus.

 

Coragem, juntos na missão. Magnificat!

Pe. Renato Dutra Borges, SDN