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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Visita pastoral 2013

VISITA PASTORAL Paróquia de St. Antonio - CAVUNGO- 2013

 

De 03  a 08 de Setembro visitei a Paróquia de StAntonio de Cavungo.

Fui acompanhado pelo Pe. Salomão Mendes, pároco de N. Sra das Vitórias e pelo Seminarista Domingos. Durante toda a visita acompanhou o Pe. Renato Dutra Borges e pelo Catequista geral, Sr. Noé. O Pe. João Lúcio Benfica encontra-se no Brasil em férias.

Visitei e celebrei a Eucaristia na comunidade de S. José Operário de Muhapa da comuna de Lovua, nas comunidades de Caianda e St. Doroteia na comuna deCaianda e em St. António, na comuna de Cavungo.

Mantive um longo encontro com o Sr. Administrador de Cavungo, Alberto Kakoho Salata, quem se mostrou particularmente afável e muito agradecido pela presença dos padres na sua comuna.

Igualmente fizemos uma visita de cortesia ao Sr.Administrador de Caianda.

Um infeliz acidente provocado por um camião da empresa Queirós Galvão danificou seriamente o meu carro.

É admirável o trabalho de animação das 26comunidades da paróquia, várias delas novas. Nota-se também quanto se deve fazer para recuperar o atraso pastoral devido à fraca presença missionária do passado.Todo o município do Alto Zambeze era atendido por um único padre, que fez muito para manter vivas as comunidades existentes; hoje são quatro os sacerdotes que trabalham no mesmo territórioO recente “Directório para as comunidades cristãs e catequista animador” é muito útil nesta fase da instituição das comunidades cristãs; sejaobjecto de estudo.

Louvamos a iniciativa de dar início à construção da residência missionária, pois a casa na qual residem os padres é emprestada (aluguel gratuito). Do mesmo modo apreciei o plano para completar a Sede Paroquial que, embora pequena, atende a necessidade actual dos fieis.

Igualmente falou-se sobre a possibilidade da construção de alguma estrutura como centro social, que ajude a completar algumas lacunas no campo educativo e social. Deixei uma planta possível para análise.

Um objectivo prioritário para esta presença missionária é o estabelecimento de uma comunidade feminina. Façam-se orações e prepare-se a comunidade para o efeito. No próximo mês de Outubro as irmãs Franciscanas de São José darão uma resposta definitiva em relação à sua vinda a Cavungo. Inicialmente poderiam residir na segunda casa da qual beneficiamos do aluguel gratuito, mas pode-se pensar num terreno do outro lado da vila a médio prazo.

A consolidação do Conselho de Pastoral Paroquial e do Conselho Económico poderá ser de grande ajuda para a maturidade dos leigos da paróquia por serem lugares privilegiados de participação. No Conselho Económico, tracem-se os planos para a consecução de objectivos a curto e médio prazo, crescendo na consciência da corresponsabilidade e da auto-sustentabilidade da igreja e das suas iniciativas.

Em várias paróquias já se implantou a prática do dízimo, com maior ou menor sucesso. É um assunto mais pastoral que econômico e como tal deveria ser apresentado. A pobreza do meio não impede que o cristãoparticipe da maior alegria (há maior alegria em dar do que em receber).

Ordinariamente o trabalho nas comunidades começa com a oração da manhã as celebrações dominicais e a catequese. Junto a estas actividades surgem as que estãorelacionados com alguma pastoral especifica: jovens,caritas, família, pastoral da criança, justiça e paz, etc. Nas novas comunidades ou outras onde no passado houve menos presença missionária não seguiram esse ritmo, que deveria ser retomado no tempo actual; é um trabalho de muita paciência.

Preocupam as tensões sociais motivadas pelasrivalidades entre grupos étnicos e partidos políticos. Dali a pertinência de uma catequese sobre estes temas e a constituição de uma comissão de Justiça e Paz. Uma das tarefas desta comissão é dar passos para a obtenção da documentação pessoal, de que carece a maior parte da população e que impede a sua inserção social e laboral.

É de louvar o trabalho de produção de subsídios pastorais, acompanhando o plano pastoral da CEAST, útil para toda a Diocese e para as dioceses vizinhas. Encorajo a continuar nessa linha, necessária, indispensável quase, para que as temáticas propostas pela igreja a diversos níveis cheguem a todos.

Igualmente tenho a agradecer a participação da comunidade religiosa nos eventos diocesanos, a disponibilidade para colaborar nas diversas necessidades da Diocese e a inserção no grupo dos missionários. É uma qualidade que deverá ser melhor aproveitada pela Diocese.

Fiz a proposta de dois seminaristas fazerem um estágio durante o tempo das férias, aguardando a resposta.

No próximo mês de Outubro, comunicar se existe algum candidato para o seminário para o próximo ano.

Agradeço todas as atenções recebidas nestes dias, aalegria das comunidades e espero que esta visita seja fonte para novas bênçãos para todos os habitantes desta vasta paróquia.

Em Cristo Jesus.

 

 Tirso Blanco

10/09/2013

 

Artigo Pe. João Lúcio sobre votos Ir. Doren


“ CADÊ A IRMÃ DOREN, ONDE ESTÁ VOCÊ AGORA?”

Pe João Lúcio Gomes Benfica ,sdn - Cavungo

 

Numa ensolarada manhã de domingo, 18 de agosto do ano de 2013, a Diocese do Lwena, capital do Moxico, no País de Angola, amanhece marcada pela decisão de uma jovem religiosa de nacionalidade nigeriana, que a Deus faz votos de viver para sempre a Castidade, Pobreza e Obediência. Como missionária do Espírito Santo não poderia ser de outro modo este acontecimento, senão, numa liturgia solene que abrilhantou os olhos e reforçou a espiritualidade daqueles que comportadamente entre os dizerem dos cartazes, encheu o pátio da Sé Catedral.

Pe Macêdo, como eloquente monitor, animou e introduziu  a assembléia no contexto das intenções da igreja e possibilitou que cada um conhecesse a rica história daquela freira, comumente chamada por aqui de madre.

Terminada a liturgia da palavra, intercalada com o dialeto local, a Madre Geral da freira foi convidada a exercer seu ofício na celebração. Como de praxe, na liturgia de profissão religiosa e ordenações, após a proclamação do evangelho a candidata ou o candidato é convidado a se apresentar ao ordinário, presidente da celebração para prosseguir o ritual. A Madre geral convida a freira, Irmã Doren, cantando apresentou-se ao senhor bispo Dom Jesus Tirso Blanco, que a acolheu e iniciou a sua homilia versando sobre  a profissão perpétua da irmã inspirando-se nos documentos da igreja e na liturgia da palavra do dia. Impressionou-nos, o fato da irmã terminada sua apresentação de pé, frente ao presidente da celebração, retornou-se ao seu acento para ouvir a homilia que certamente lhe enriqueceria. Pois bem, no decorrer da homilia o senhor bispo disse: “agora falarei diretamente para a irmã Doren, e olhando rápido não a encontrou e perguntou, Cadê a irmã Doren? Onde você está agora?” Toda a assembleia se moveu a busca de Irmã Doren, que não havia se afastado dali. Sorrindo ela levantou a mão, sinalizando sua presença, no mesmo lugar onde havia estado desde o começo da celebração. Isto é, sentada junto às suas irmãs no meio da assembleia.

De fato, a irmã missionária estava onde realmente deverá sempre estar; no meio da sua comunidade. Misturada e confundida com as suas irmãs e com o seu povo. Desse modo faz jus a sua profissão religiosa. Professa publicamente com a boca o que seu testemunho já adiantou, viver a vontade de Deus com o povo e para o povo. A vida religiosa é esse acontecimento de presença da igreja entranhada na vida humana de forma sutil, quase imperceptível, mas fisicamente visível na pessoa de fé e na comunidade religiosa.

A vocação como chamamento de Deus ecoou no coração da Irmã Doren, sua resposta foi sem dúvida entendida por toda aquela assembléia que se moveu ao encontro da Irmã, que na pergunta do bispo parecia ter saído de si para ser o que aquela profissão indicava na sua essência, misturada no meio povo.

A pergunta: “Cadê a Irmã Doren? Onde você está Agora?” É pertinente em toda a vida da freira e todos os religiosos, religiosas e demais sacerdotes, deverão também estar incluídos. Onde estava a Irmã Doren naquela hora, devemos estar todos os dias da nossa vida. No meio do povo.