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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Artigo Pe. João Lúcio sobre votos Ir. Doren


“ CADÊ A IRMÃ DOREN, ONDE ESTÁ VOCÊ AGORA?”

Pe João Lúcio Gomes Benfica ,sdn - Cavungo

 

Numa ensolarada manhã de domingo, 18 de agosto do ano de 2013, a Diocese do Lwena, capital do Moxico, no País de Angola, amanhece marcada pela decisão de uma jovem religiosa de nacionalidade nigeriana, que a Deus faz votos de viver para sempre a Castidade, Pobreza e Obediência. Como missionária do Espírito Santo não poderia ser de outro modo este acontecimento, senão, numa liturgia solene que abrilhantou os olhos e reforçou a espiritualidade daqueles que comportadamente entre os dizerem dos cartazes, encheu o pátio da Sé Catedral.

Pe Macêdo, como eloquente monitor, animou e introduziu  a assembléia no contexto das intenções da igreja e possibilitou que cada um conhecesse a rica história daquela freira, comumente chamada por aqui de madre.

Terminada a liturgia da palavra, intercalada com o dialeto local, a Madre Geral da freira foi convidada a exercer seu ofício na celebração. Como de praxe, na liturgia de profissão religiosa e ordenações, após a proclamação do evangelho a candidata ou o candidato é convidado a se apresentar ao ordinário, presidente da celebração para prosseguir o ritual. A Madre geral convida a freira, Irmã Doren, cantando apresentou-se ao senhor bispo Dom Jesus Tirso Blanco, que a acolheu e iniciou a sua homilia versando sobre  a profissão perpétua da irmã inspirando-se nos documentos da igreja e na liturgia da palavra do dia. Impressionou-nos, o fato da irmã terminada sua apresentação de pé, frente ao presidente da celebração, retornou-se ao seu acento para ouvir a homilia que certamente lhe enriqueceria. Pois bem, no decorrer da homilia o senhor bispo disse: “agora falarei diretamente para a irmã Doren, e olhando rápido não a encontrou e perguntou, Cadê a irmã Doren? Onde você está agora?” Toda a assembleia se moveu a busca de Irmã Doren, que não havia se afastado dali. Sorrindo ela levantou a mão, sinalizando sua presença, no mesmo lugar onde havia estado desde o começo da celebração. Isto é, sentada junto às suas irmãs no meio da assembleia.

De fato, a irmã missionária estava onde realmente deverá sempre estar; no meio da sua comunidade. Misturada e confundida com as suas irmãs e com o seu povo. Desse modo faz jus a sua profissão religiosa. Professa publicamente com a boca o que seu testemunho já adiantou, viver a vontade de Deus com o povo e para o povo. A vida religiosa é esse acontecimento de presença da igreja entranhada na vida humana de forma sutil, quase imperceptível, mas fisicamente visível na pessoa de fé e na comunidade religiosa.

A vocação como chamamento de Deus ecoou no coração da Irmã Doren, sua resposta foi sem dúvida entendida por toda aquela assembléia que se moveu ao encontro da Irmã, que na pergunta do bispo parecia ter saído de si para ser o que aquela profissão indicava na sua essência, misturada no meio povo.

A pergunta: “Cadê a Irmã Doren? Onde você está Agora?” É pertinente em toda a vida da freira e todos os religiosos, religiosas e demais sacerdotes, deverão também estar incluídos. Onde estava a Irmã Doren naquela hora, devemos estar todos os dias da nossa vida. No meio do povo.

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