Vinde benditos do meu Pai.
“Omu
mwacilingilile umwe wakuli ava vambumbwani, cipwe ava vavandende cikuma, mukiko
vene mwacilingile kuli ami” (Mt 25,40)
Graças,
grato, gratíssimo... Ter oportunidade de vivenciar o Evangelho em outra cultura
foi oportunidade de reconhecer a Providencia Divina que acompanha todo
missionário, pois nossa capacidade intelectual ou financeira não consegue
responder a muitas demandas. Somos levados a aprofundar nossa humildade se
desejarmos ajudar ou penetrar mais na cultura que nos recebe. Celebrar e cuidar
da esperança dos mais sofridos é “missão de todos nós”, mais ainda para nós
missionários sacramentinos, pois “somos devedores do Evangelho a todas as
pessoas, especialmente aos mais pobres que somos enviados a evangelizar”
(Constituições SDN 79)
Fazer
parte de uma nova história para muitas pessoas gera uma alegria missionária sem
medidas; perceber o ministério sacerdotal como fonte de integração e esperança.
Alegria também de crescer como pessoa, pois viver em uma cultura diferente nos
tira de nossa zona de conforto e nos dá novas interpretações sobre nós mesmos e
as relações que estabelecemos com a sociedade... a vida ficou mais simples
depois de viver estes 6 anos em Angola. Alegria também de saber que não estamos
sozinhos nesta missão, que encanta, desafia e estimula muitas pessoas, alegria de perceber o quanto esta missão é mais que dos Missionários
Sacramentinos.
A
missão em África para nos Sacramentinos é muito significativa, pois estamos nos
abrindo ao clamor da Igreja que vem desde os tempos dos Apostólicos: "ide
por o mundo e pregai o evangelho..."
“Vinde
benditos de meu Pai.” Ser acolhido com esta frase é o grande objetivo do
cristão, ter colocado em prática os ensinamentos de Jesus no dia a dia, na obra
missionária, garantir a vida em plenitude para todos. A gratuidade da missão, a
alegria de servir, o amor ao próximo são nosso passaporte para entrar no
Reinado de Deus.
Um
grande passo missionário está sendo realizado este ano em nossa congregação, a
continuidade da missão em Angola foi uma das prioridades do XVI capítulo geral
da congregação, que decidiu fortalecer nossa presença missionária, serão três
missionários sacramentinos nesta missão, Pe. Odésio Magno da Silva, que está a
4 anos, Pe. Geraldo Magela de Lima Mayrink e Pe. Valdecir Paulo Martins. Onde
há um sacramentino toda congregação se faz presente. Nosso desejo é sermos
testemunhos do amor de Deus revelado por Jesus Cristo na construção do Reino de
Deus. Quanto mais Sacramentinos se deixarem encharcar numa outra cultura, sendo
hóspedes na casa do outro, mais eficaz será nosso caminho missionário. A
vivência da fé, da partilha, da solidariedade, da comunhão que vivemos enquanto
missionários sacramentinos é o que desejamos oferecer a toda cultura que nos
recebe.
Nosso
desejo também é oferecer a todos os leigos e leigas que conosco partilham a
missão de eucaristizar a mundo do jeito de Maria a oportunidade de ter um
caminho novo e desafiante para nosso testemunho de discípulos-missionários de
Jesus Cristo. Por isso desejamos contar com vossas orações, por estes irmãos
que estão nesta frente missionária em Angola.
Vivemos
na Igreja Latino-americana o clamor da missionariedade no contexto da
conferência de Aparecida, no impulso missionário de uma Igreja em saída, para
atrair as pessoas através de nosso amor a Cristo e a Igreja estimulado pelos
escritos do Papa Francisco. Queremos oferecer a Igreja em Angola, precisamente
a Diocese de Lwena, nosso jeito de viver a fé em Jesus Cristo, sermos
testemunhas do Reino de Deus e aprofundar o sentido missionário de nossa
congregação.
A
missão além fronteiras tem seu preço, fazer esta passagem para outra realidade
sócio-politica-cultural tem muitas exigências. Sim, existe o temor, os
familiares dos missionários vivem uma certa “angustia”, pois não estão perto
dos que amam e inseguros por não ter muitas informações sobre as condições de
vida em que estão inseridos. O medo faz parte da condição humana, ele nos faz
mais atentos a realidade em que estamos mergulhados, nos torna mais criativos
diante das crises que vivemos, nos torna mais orantes, confiante na Graça e na
providencia divina; diferente do pânico ou terror que paralisa a pessoa.
Assumir
outra cultura é assumi-lá como um todo; as conquistas sociais, as políticas
publicas que a sociedade brasileira possui São frutos de nossa construção
histórica. Ao ir para outra cultura devemos ter a consciência de “perder”,
deixar estes direitos adquiridos. O medo de ficar doente, do poder político,
das crises econômicas, da falta de estruturas sociais...
O
missionário se prepara para enfrentar com criatividade os temores. O tempo de
Deus é de Deus e o nosso tempo é o nosso, procurar viver como bons hospedes na
"casa" de nossos anfitriões, com tudo que eles tem de virtudes e de
limites, pois as mesmas alegrias e esperanças, as tristezas e angustias desde
povo também serão as do missionário. Toda vez que fizestes isto a um deste meus
irmãos mais pequeninos foi a mim que fizestes. (Mt 25,40).
Que Maria, Nossa Senhora da
Eucaristia, Mãe de Jesus, nossa Mãe e Mãe da Igreja, seja e estimulo para nossa
ação missionária deste lada do oceano atlântico ou do outro lado em Angola. Que
o Servo de Deus Pe. Julio Maria de Lombarde seja nosso exemplo de
missionariedade.
Tumenu
Mwata vakakuzata vamalunga namapwevo muwande wenu.
Mwomo
Wande wenu waunene vakakuzata vamalunga namapwevo vavandende.
Envia
Senhor trabalhadores, homens e mulheres para vossa lavra.
Pois
a lavra é grande, os trabalhadores homens e mulheres são poucos.