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quarta-feira, 15 de agosto de 2018


Vinde benditos do meu Pai.

“Omu mwacilingilile umwe wakuli ava vambumbwani, cipwe ava vavandende cikuma, mukiko vene mwacilingile kuli ami” (Mt 25,40)

Graças, grato, gratíssimo... Ter oportunidade de vivenciar o Evangelho em outra cultura foi oportunidade de reconhecer a Providencia Divina que acompanha todo missionário, pois nossa capacidade intelectual ou financeira não consegue responder a muitas demandas. Somos levados a aprofundar nossa humildade se desejarmos ajudar ou penetrar mais na cultura que nos recebe. Celebrar e cuidar da esperança dos mais sofridos é “missão de todos nós”, mais ainda para nós missionários sacramentinos, pois “somos devedores do Evangelho a todas as pessoas, especialmente aos mais pobres que somos enviados a evangelizar” (Constituições SDN 79)
Fazer parte de uma nova história para muitas pessoas gera uma alegria missionária sem medidas; perceber o ministério sacerdotal como fonte de integração e esperança. Alegria também de crescer como pessoa, pois viver em uma cultura diferente nos tira de nossa zona de conforto e nos dá novas interpretações sobre nós mesmos e as relações que estabelecemos com a sociedade... a vida ficou mais simples depois de viver estes 6 anos em Angola. Alegria também de saber que não estamos sozinhos nesta missão, que encanta, desafia e estimula muitas pessoas, alegria de perceber o quanto esta missão é mais que dos Missionários Sacramentinos.
A missão em África para nos Sacramentinos é muito significativa, pois estamos nos abrindo ao clamor da Igreja que vem desde os tempos dos Apostólicos: "ide por o mundo e pregai o evangelho..."
“Vinde benditos de meu Pai.” Ser acolhido com esta frase é o grande objetivo do cristão, ter colocado em prática os ensinamentos de Jesus no dia a dia, na obra missionária, garantir a vida em plenitude para todos. A gratuidade da missão, a alegria de servir, o amor ao próximo são nosso passaporte para entrar no Reinado de Deus.
Um grande passo missionário está sendo realizado este ano em nossa congregação, a continuidade da missão em Angola foi uma das prioridades do XVI capítulo geral da congregação, que decidiu fortalecer nossa presença missionária, serão três missionários sacramentinos nesta missão, Pe. Odésio Magno da Silva, que está a 4 anos, Pe. Geraldo Magela de Lima Mayrink e Pe. Valdecir Paulo Martins. Onde há um sacramentino toda congregação se faz presente. Nosso desejo é sermos testemunhos do amor de Deus revelado por Jesus Cristo na construção do Reino de Deus. Quanto mais Sacramentinos se deixarem encharcar numa outra cultura, sendo hóspedes na casa do outro, mais eficaz será nosso caminho missionário. A vivência da fé, da partilha, da solidariedade, da comunhão que vivemos enquanto missionários sacramentinos é o que desejamos oferecer a toda cultura que nos recebe.
Nosso desejo também é oferecer a todos os leigos e leigas que conosco partilham a missão de eucaristizar a mundo do jeito de Maria a oportunidade de ter um caminho novo e desafiante para nosso testemunho de discípulos-missionários de Jesus Cristo. Por isso desejamos contar com vossas orações, por estes irmãos que estão nesta frente missionária em Angola.
Vivemos na Igreja Latino-americana o clamor da missionariedade no contexto da conferência de Aparecida, no impulso missionário de uma Igreja em saída, para atrair as pessoas através de nosso amor a Cristo e a Igreja estimulado pelos escritos do Papa Francisco. Queremos oferecer a Igreja em Angola, precisamente a Diocese de Lwena, nosso jeito de viver a fé em Jesus Cristo, sermos testemunhas do Reino de Deus e aprofundar o sentido missionário de nossa congregação.
A missão além fronteiras tem seu preço, fazer esta passagem para outra realidade sócio-politica-cultural tem muitas exigências. Sim, existe o temor, os familiares dos missionários vivem uma certa “angustia”, pois não estão perto dos que amam e inseguros por não ter muitas informações sobre as condições de vida em que estão inseridos. O medo faz parte da condição humana, ele nos faz mais atentos a realidade em que estamos mergulhados, nos torna mais criativos diante das crises que vivemos, nos torna mais orantes, confiante na Graça e na providencia divina; diferente do pânico ou terror que paralisa a pessoa.
Assumir outra cultura é assumi-lá como um todo; as conquistas sociais, as políticas publicas que a sociedade brasileira possui São frutos de nossa construção histórica. Ao ir para outra cultura devemos ter a consciência de “perder”, deixar estes direitos adquiridos. O medo de ficar doente, do poder político, das crises econômicas, da falta de estruturas sociais...
O missionário se prepara para enfrentar com criatividade os temores. O tempo de Deus é de Deus e o nosso tempo é o nosso, procurar viver como bons hospedes na "casa" de nossos anfitriões, com tudo que eles tem de virtudes e de limites, pois as mesmas alegrias e esperanças, as tristezas e angustias desde povo também serão as do missionário. Toda vez que fizestes isto a um deste meus irmãos mais pequeninos foi a mim que fizestes. (Mt 25,40).
            Que Maria, Nossa Senhora da Eucaristia, Mãe de Jesus, nossa Mãe e Mãe da Igreja, seja e estimulo para nossa ação missionária deste lada do oceano atlântico ou do outro lado em Angola. Que o Servo de Deus Pe. Julio Maria de Lombarde seja nosso exemplo de missionariedade.
Tumenu Mwata vakakuzata vamalunga namapwevo muwande wenu.
Mwomo Wande wenu waunene vakakuzata vamalunga namapwevo vavandende.
Envia Senhor trabalhadores, homens e mulheres para vossa lavra.
Pois a lavra é grande, os trabalhadores homens e mulheres são poucos.

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