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sábado, 11 de janeiro de 2025

"Meu Dízimo é Fruto de Nossa Fé" Compromisso Batismal e a Oração de Apresentação do Pão e do Vinho na Missa



"Meu Dízimo é Fruto de Nossa Fé" 

Compromisso Batismal e a Oração de Apresentação do Pão e do Vinho na Missa

         A celebração do Batismo de Jesus nos convida a refletir profundamente sobre nossa identidade como batizados e nosso compromisso com a missão da Igreja. Esse compromisso se manifesta de forma concreta no dízimo, um gesto de fé, gratidão e corresponsabilidade. Quando relacionamos esse ato de generosidade com a oração de apresentação do pão e do vinho na Missa, encontramos um paralelo profundo: ambos são ofertas que simbolizam nossa vida, nosso trabalho e nossa fé, colocados no altar para se transformarem em instrumentos de salvação e graça.

1. O Significado do Dízimo como Oferta

       O dízimo é mais do que uma contribuição material; é uma expressão de fé viva e comprometida. Assim como o pão e o vinho apresentados na celebração eucarística representam os frutos da terra e do trabalho humano, o dízimo também é fruto do esforço pessoal, uma devolução do que Deus nos deu. Ele é uma resposta de gratidão ao Senhor, reconhecendo-o como a fonte de todas as bênçãos.

Na oração de apresentação do pão e do vinho, o sacerdote diz:

"Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão (e vinho) que recebemos da vossa bondade, fruto da terra (ou da videira) e do trabalho humano, que agora vos apresentamos; e para nós vai se tornar pão da vida (ou vinho da salvação)."

Essa oração destaca três dimensões importantes que também se aplicam ao dízimo:

1.     Reconhecimento da bondade de Deus: Assim como o pão e o vinho vêm da criação divina, tudo o que possuímos, incluindo nossos bens materiais, tem origem em Deus. O dízimo expressa essa consciência de que tudo pertence ao Senhor.

2.     Fruto do trabalho humano: O pão e o vinho são frutos do esforço humano, assim como o dízimo é resultado do nosso trabalho e dedicação. Ele é uma forma de devolver a Deus o que fizemos com os dons que Ele nos deu.

3.     Transformação em instrumento de salvação: Assim como o pão e o vinho se tornam Corpo e Sangue de Cristo, o dízimo, quando oferecido com fé, é transformado em obras de evangelização, caridade e sustento da Igreja.

2. A Missão dos Batizados e a Apresentação das Ofertas

       O Batismo de Jesus no Jordão revela sua identidade como Filho amado de Deus e marca o início de sua missão pública. Do mesmo modo, o nosso Batismo nos dá uma nova identidade como filhos e filhas de Deus e nos envia para uma missão: ser luz para o mundo e sal da terra. Essa missão, entretanto, exige uma entrega total de nossa vida, simbolizada na Missa pela apresentação do pão e do vinho.

       O dízimo está profundamente conectado a essa dinâmica de entrega. Ele é um ato concreto de colocar nossos dons, talentos e recursos a serviço do Reino de Deus. Quando apresentamos o dízimo, estamos imitando o gesto de Cristo, que ofereceu sua vida por amor à humanidade.

       A oração de apresentação das ofertas na Missa é um momento privilegiado para recordar essa missão batismal. Quando o sacerdote eleva o pão e o vinho, nós também somos convidados a oferecer nossa vida no altar, incluindo nosso trabalho, nossos desafios, nossos dons e nossos recursos. O dízimo é, portanto, uma extensão desse ato litúrgico na vida cotidiana.

3. O Dízimo e a Dimensão Comunitária da Oferta

       Na Eucaristia, o pão e o vinho apresentados não são consumidos individualmente, mas transformados em alimento espiritual para toda a comunidade. Da mesma forma, o dízimo é uma oferta que beneficia toda a Igreja, permitindo que ela cumpra sua missão de evangelizar, cuidar dos pobres e necessitados, e testemunhar o amor de Deus no mundo.

       A oração de apresentação do pão e do vinho nos ensina que nossa oferta deve ser feita com generosidade e em espírito de comunhão. O dízimo não é apenas um ato pessoal, mas um gesto que fortalece a unidade da comunidade de fé. Ele reflete a corresponsabilidade dos batizados, que reconhecem que a missão da Igreja é de todos.

       Como nos ensina a leitura de Isaías (42,1-4.6-7), o Servo do Senhor é enviado para trazer justiça e libertação, e nós, como Igreja, somos chamados a continuar essa missão. O dízimo possibilita que a Igreja realize obras de caridade, promova a justiça e seja luz para as nações. Assim, ele é um meio concreto de vivermos a nossa vocação batismal em comunhão com os irmãos e irmãs na fé.

4. O Dízimo como Sinal de Transformação e Gratidão

       Assim como o pão e o vinho apresentados no altar são transformados pelo Espírito Santo no Corpo e Sangue de Cristo, o dízimo, quando oferecido com amor e fé, também é transformado. Ele se torna sustento para a missão da Igreja, alimento para os pobres, e sinal visível do Reino de Deus no mundo.

       Essa transformação nos lembra que o dízimo é um ato de gratidão. Na oração de apresentação, o sacerdote reconhece a bondade de Deus ao dizer: "Bendito sejais, Senhor." O dízimo é uma maneira de ecoar essa oração em nossa vida cotidiana, reconhecendo que tudo o que temos é dom de Deus e oferecendo parte de nossos recursos como sinal de nossa gratidão.

5. Viver o Dízimo à Luz da Eucaristia

       A relação entre o dízimo e a oração de apresentação do pão e do vinho nos convida a enxergar o dízimo como um ato litúrgico prolongado no dia a dia. Assim como a Eucaristia nos alimenta espiritualmente e nos fortalece para a missão, o dízimo é um meio de sustentar a missão da Igreja e de partilhar as bênçãos que recebemos.

       O Batismo de Jesus nos lembra que somos chamados a viver como filhos e filhas amados de Deus, refletindo sua luz no mundo. O dízimo é uma expressão concreta dessa vocação, um gesto que une nossa vida diária ao altar do Senhor. Ele é um fruto de nossa fé e uma forma de tornar presente, no mundo, o amor de Deus que experimentamos na Eucaristia.

       Ao refletirmos sobre o lema "Meu dízimo é fruto de nossa fé", somos convidados a viver com mais intensidade a dimensão sacramental de nossas ofertas. Que cada ato de generosidade, incluindo o dízimo, seja como o pão e o vinho apresentados no altar: uma expressão de nossa gratidão, nossa fé e nossa disposição de colaborar com a obra de Deus.

       Que a graça do Batismo e o mistério da Eucaristia inspirem nossa vida a ser uma constante oferta de amor, generosidade e serviço ao Reino de Deus. Assim, nosso dízimo não será apenas um gesto material, mas uma verdadeira expressão de nossa identidade como discípulos missionários.

 


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