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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Quem se gloria, glorie-se no Senhor

“Quem se gloria, glorie-se no Senhor” 1Cor 1, 31


Nós, religiosos Sacramentinos, movidos pela espiritualidade eucarístico-mariana, temos a missão de “visibilizar entre os homens os frutos da Eucaristia: partilha, fraternidade, vida missionária, organização do povo” (Const. 06). - Eis o que para nós significa “EUCARISTIZAR O MUNDO DO JEITO DE MARIA”.

A espiritualidade que sustenta a nossa missionariedade é a da itinerância em busca do Reino de Deus, uma busca sempre nova e que se faz encontro. Encontro com Deus, com a irmã, com o irmão de caminhada. Ser missionário é ser discípulo na itinerância e na busca do essencial.

Ser discípulo é configurar-se a Jesus, Filho de Deus encarnado, recebendo a graça do nascimento novo no sacramento do Batismo, e tornar-se membro do Corpo de Cristo que é a Igreja. Pelo Batismo, o discípulo nasce na comunidade eclesial e nela há de crescer à semelhança de uma criança que nasce e cresce no seio de uma família. Não viver a comunidade eclesial é como tornar-se “menino de rua”, sem família. A tarefa do discípulo, a exemplo do Mestre e sob o impulso do Espírito, é a de construir a verdadeira comunhão entre os SERES HUMANOS. Ele só pode ser construtor da Comunhão porque já vive a comunhão. “Somos missionários por sermos Igreja que vive na unidade do amor e não tanto por aquilo que fazemos”.

A paróquia só se renova de verdade quando se torna “comunidade de comunidades”, onde os fiéis terão possibilidade de partilhar a vida à luz da Palavra de Deus. É na vivência da pequena comunidade que os discípulos cumprem sua missão segundo a vontade do Divino Mestre: “Vós sois sal da terra, luz do mundo e fermento na massa”. É a pequena comunidade que não deixa o sal perder sua força, sua luz, seu brilho e seu fermento, estragar-se. Cada pequena comunidade adquire fisionomia própria de vida e de missão no bairro ou no meio ambiente em que está plantada. O que a pode desfigurar é ela estar fechada em si e desligada da comunidade maior que tem a missão de retratar a unidade na diversidade. O desafio para a pastoral da Igreja, hoje, é encontrar uma estrutura que esteja em condições de promover uma autêntica unidade sem cair na uniformidade.

A Congregação com seus religiosos, inclusive com muitos nas etapas de formação inicial, vai marcando presença por toda parte, animando comunidades em regiões, as mais variadas. Também marca presença em muitos presbitérios. Em tudo isso, os sacramentinos têm como objetivo contagiar o povo com ardor missionário. Assim fez o Fundador no seu tempo e a seu modo. Assim os Sacramentinos que por aqui estiveram desde o tempo do padre Geraldo Silva aos de fevereiro 1998 a janeiro de 2011. Assim, a Congregação tenta responder aos desafios do complexo mundo de hoje.

Cada pessoa tem algo de Deus a comunicar, que só ele pode comunicar para iluminar o mundo. O missionário comunica as maravilhas que Deus fez a seu favor.

Agradecemos nestes 13 anos de vivência missionária na paróquia Papa João XXIII as oportunidades de sermos mais Sacramentinos, se deixamos bom testemunho evangélico, levamos mais, saímos melhorados, mais missionários do que quando chegamos...levamos o jeito acolhedor, a generosidade, o espírito empreendedor, o vigor em desbravar o novo, a inquietude na busca de vida sempre melhor...dos que partilharam a missão conosco. Muitos homens e mulheres acreditaram no ideal Sacramentino de ser:

Tomado: pessoa tomada por Deus. Uma pessoa consagrada para uma missão.

Partido: pessoa partida e repartida. Até “quebrado” (triturada, para usar a expressão de Santo Inácio de Antioquia). A missão sacramentina exige isso.

Doado: a saber, dado por Deus ao povo. O Sacramentino não pertence a si mesmo. Não existe para si. Ele existe para ao Reino.

A todos que partilharam seu tempo, seus dons, suas alegrias e esperanças nestes 13 anos de missão na catequese, coordenação de comunidades, grupos de reflexão, família, saúde, dizimo, juventude, vicentinos, apostolado da oração, RCC, ministros extraordinários da Eucaristia, ministros da Palavra, membros do CAEP... e tantos outros que anonimamente colaboraram com nossa missão... rendemos graças a Deus e a você... muito obrigado.

A missão é sempre um mistério de amor, do olhar amoroso e da presença carinhosa de Deus sobre as pessoas. Muitas vezes nossos projetos, esquemas, programações ficam bem distantes e diferentes do olhar de Deus. Para compreender o chamado missionário, é preciso buscar a mística por trás dele. A missão é um mistério bonito do grande mistério da amizade de Deus para com a humanidade.



Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso Eu.

É parar de dar volta ao redor de nós mesmos como se fossemos o centro do mundo e da vida.

É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos:

A humanidade é maior.

Missão é sempre partir, mas não devorar quilômetros.

É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los.

E, se para descobri-los e amá-los, é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo.



Dom Helder Câmara


Pe. Renato Dutra Borges, sdn
Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora

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