INCULTURAÇÃO DO CARISMA? (Pe. Marcos de Lima, SDB)
Inculturação – Processo ativo pelo qual o Evangelho gradualmente se insere numa cultura.
Inculturação d evangelho – prioridade do evangelho, primazia indiscutível. Consequências necessárias, IGREJA INCULTURADA,
VIDA RELIGIOSA INCULTURADA,
CARISMA FUNDACIONAL DE CADA INSTITUTO TAMBEM INCULTURADO.
Na cultura esta em jogo a REALIZAÇÃO da pessoa e, pela realização da pessoa, a HUMANIZAÇÃO do mundo. Daí, a atual atitude da Igreja no sentido antropológico de cultura, campo especifico, portanto de sua evangelização. A Igreja tomou consciência da tremenda evolução cultural e de sua incidência no processo de humanização da pessoa. Hoje, é do seu programa, respeitar a pessoa indo ao seu encontro na sua cultura.
A cultura não é monolítica e uniforme, nem uma realidade fixa, ou uma grandeza fechada e intocável. Não. Ela evolui e se transforma seja pelo desenvolvimento de elementos próprios, seja por força de intercâmbios com outras culturas. Considerá-la, portanto, sempre, no que foi, no que é e naquele que poderá vir a ser.
O Evangelho vai em frente no ritmo das pessoas e no seu contexto concreto. Deus é onipotente. Pode impregnar as estruturas, as pessoas e as culturas, com os valores do evangelho. Mas não é prepotente. Não as violenta. Tem pleno respeito pela nossa liberdade e identidade. A enculturação pressupõe educação e comunicação e, portanto, atenção e adequação ao interlocutor, seu nível de apreensão e capacidade de assimilação. Gratuidade, tempo para maturação a exigir um processo pedagógico e metodológico.
Sendo assim, quantas evangelizações existem?
Tantas serão as evangelizações quantas forem as pessoas e serem evangelizadas. Cada pessoa é uma missão. Onde esta uma pessoa, ali esta nossa missão e nossa vocação.
A atividade de um religioso que não anuncia Jesus Cristo de modo explicito resulta inútil do ponto de vista da fé. Não há verdadeira evangelização se não proclamarem, de maneira expressa, o nome, o ensinamento, a vida, as promessas, o Reino e o mistério de Jesus (EN22). Seriam mutilados uma vida religiosa e um cristianismo que não fizessem referencia explicita ao único Salvador.
Só a missão dá existência e consistência a Vida Religiosa. Qualquer tarefa só tem sentido, só tem razão de ser, na exata medida em que se cumpre a Missão. A VR é missionária ou não é VR.
O consumo não basta à pessoa. O ritmo da maquina não preenche o mundo da vida. Urge, para cada pessoa encontrar o caminho da fé. Fé significa sempre decisão, diante de Deus e de seu chamado, que se deve tomar numa atitude de distanciamento crítico com respeito ao mundo, à opinião comum, ao comportamento do ambiente social. Fé, livre escolha pessoal e não imposto por osmose de contexto.
PROCESSO – CAMINHAR SEM DATA PARA CHEGAR.
Atitude dialogal é o sentido e o método de inculturação. Esforço crescente de crescer na verdade. Capacidade de admiração do outro e de sua cultura.
Processo de inculturação – GLOBAL, DIFICIL, LENTO E CONTINUADO.
CULTURA : É um estilo de vida de um povo em sua complexidade exterior e em sua unidade interior. Toda ação da pessoa sobre a natureza é cultura. Conjunto subjacente de sentidos, valores e padrões, que norteiam a pratica social e configuram o mundo simbólico.
Toda cultura é original. Toda cultura é comunicável. Toda cultura é aberta ao encontro de outras culturas. O evangelho não esta vinculado a nenhuma cultura nem é patrimônio de cultura alguma. O cristianismo é metacultural. Está além e acima da cultura. Mas o evangelho não é independente da cultura nem sobrevive sem a cultura. Não existe evangelho culturalmente desencarnado.
DECODIFICAR A CULTURA E RECODIFICAR A MENSAGEM CRISTÃ.
Decodificar a cultura para não a falsificar e para recodificar nela a mensagem cristã, tornando-a plenamente inteligível para não a atraiçoar.
OS VALORES DA CULTURA SÃO UMA PREPARAÇÃO PROVIDENCIAL AO EVANGELHO
Não se pode pensar que tudo que é novo é bom ou melhor. Novidade sempre assusta e inquieta. Desperta temores. Pode ser sentida como ameaça mais do que esperança e promessa porque provoca insegurança. Mas esta novidade não violenta a cultura. Não a desfigura. É capaz de viabilizar um intercâmbio admirável, uma simbiose profunda.
A evangelização pretende levar a cultura a sua otimização. Humaniza seus sistemas e suas estruturas. Afinal não há nada verdadeiramente humano que não ressoe no coração do cristão. (GS1) O evangelho é a plenificação do que há de humano numa cultura. Ele não exige sacrifícios redutores do autenticamente humano na cultura.
Evangelização é um processo libertador da cultura. Visa ajudar a pessoa a ser mais plenamente humana. Por isso corrige e purifica o que está errado. Completa o que é falho.
Uma inculturação séria leva a igreja e a congregação cada vez mais uma e mais plural e pluriforme, também. Esta pluralidade exige maior maturidade, maior capacidade de diálogo, maior respeito e amor. Revela, também, maior fecundidade.
O evangelho só é plenamente acolhido, quando vivido, revestido e expresso nas formas de uma cultura. Não se pode afirmar que alguma cultura é excluída da evangelização sem esvaziar o potencial salvífico do mistério de Jesus Cristo.
Inculturação – Encanação do anúncio e da vida cristã num concreto espaço cultural; experiência vital e original do evangelho nas atitudes e manifestações próprias de uma cultura; assimilação, reformulação teórica e re-expressão pratica, da fé em linguagem, símbolos, categorias e teorizações indizivelmente novas e peculiares.
NULLA DIES SINE LINEA – “NENHUM DIA SEM ALGUMA LINHA” nenhum dia sem traçar uma linha, sem fazer um traço. Em todo dia algum retoque em vista do melhor.
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