A
Cruz no Altar: Centro da Liturgia e da Vida Cristã
O que a Igreja
orienta?
A
cruz com o Cristo crucificado é um elemento essencial na celebração da Missa.
Segundo a Instrução Geral do Missal Romano (IGMR):
“Haja
sobre o altar ou próximo dele uma cruz com a imagem de Cristo crucificado, bem
visível para a assembleia reunida.” (IGMR, n. 308)
Ela
deve ser bem visível, seja colocada no centro ou ao lado do altar, e sua função
é recordar o sacrifício de Cristo, que é atualizado em cada Eucaristia.
Por que a cruz
é importante no altar?
A cruz no altar não é
um adorno decorativo, mas um sinal litúrgico e teológico profundo:
•Recorda que a Missa
é o sacrifício de Cristo oferecido ao Pai para nossa salvação;
•Orienta a oração do
povo e do celebrante: voltados a Deus, por Cristo;
•Faz presente o
mistério pascal no centro da ação litúrgica.
Por
isso, ela deve ser tratada com dignidade, nunca retirada durante a Missa, nem
substituída por símbolos genéricos. Qual deve ser a
posição da cruz?
A cruz pode estar:
•Sobre o altar (no
centro ou na lateral);
•Atrás ou ao lado do
altar, se for grande e visível.
Nas
Missas celebradas “versus populum” (de frente para o povo), a cruz voltada para
o altar e não para a assembleia é perfeitamente legítima. Isso significa que:
“O
celebrante e o povo estão voltados juntos para o Senhor, e a cruz é o ponto de
orientação comum.” Joseph Ratzinger (Bento XVI), O Espírito da Liturgia, p. 81
Essa
prática é comum nas celebrações papais e em muitas igrejas catedrais, como a
Basílica de São Pedro.
Importante: a cruz voltada para o altar não
exclui sua visibilidade ao povo. Ela permanece como sinal central, mesmo que
não esteja diretamente “de frente” para a assembleia.
Como organizar
o altar com cruz e velas?
Segundo a IGMR (n.
307), as velas podem estar:
•Sobre o altar;
•Ao lado do altar;
•Em suportes no
presbitério.
A
cruz pode estar entre as velas, desde que não fique obscurecida. A organização
deve expressar decoro, simplicidade e centralidade de Cristo.
O
altar nunca deve parecer “entulhado” ou desproporcional. Menos é mais, desde
que o essencial esteja presente com clareza.
O que a cruz
ensina à assembleia?
•Que a Eucaristia é
sacrifício de amor;
•Que a liturgia nos
leva a Cristo morto e ressuscitado, não a nós mesmos;
•Que a oração
litúrgica é orientada a Deus, e não é um espetáculo humano;
•Que a fé cristã
nasce da cruz e é vivida no dom de si.
“A cruz na liturgia
não é um obstáculo, mas uma janela aberta para o céu.” Bento XVI
A
cruz no altar é símbolo central da liturgia e expressão da identidade cristã.
Sua correta posição, visibilidade e orientação educam o olhar da fé da
assembleia e ajudam a formar comunidades centradas em Cristo.
Toda equipe de
liturgia deve cuidar para que:
•A cruz esteja sempre
presente e visível;
•Seja colocada com
coerência teológica e sobriedade estética;
•Nunca seja esquecida
ou tratada como um objeto secundário.
Fontes oficiais:
1.Instrução Geral do
Missal Romano, nn. 307–308 - https://www.vatican.va
2.Ratzinger, Joseph
(Bento XVI) – O Espírito da Liturgia (2000)
3.Redemptionis
Sacramentum, n. 57 – Congregação para o Culto Divino
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A
CRUZ PROCESSIONAL NA LITURGIA:
ORIENTAÇÃO,
SIGNIFICADO E PRÁTICA
A
cruz é o símbolo central da fé cristã. Na liturgia, especialmente na Missa, a
cruz não é um elemento decorativo, mas sinal visível do mistério da salvação
que se realiza naquele momento: o sacrifício de Cristo oferecido ao Pai. A cruz
processional, carregada na entrada solene da Missa, tem papel litúrgico claro,
com orientações precisas sobre seu uso e colocação no presbitério.
O que é a cruz
processional?
A
cruz processional é aquela que vai à frente na procissão de entrada da Missa,
conduzida por um coroinha ou cerimoniário. Ela é sinal da presença de Cristo,
que conduz a assembleia para a celebração do Mistério Pascal.
“Na
procissão de entrada, a cruz precede os ministros e é ladeada por velas.” Instrução Geral do Missal Romano (IGMR), n.
120
Essa
cruz, quando tem o corpo de Cristo (crucifixo), pode ser usada como cruz do
altar, desde que seja colocada de modo digno e visível durante toda a
celebração.
Qual a posição
correta da cruz no presbitério?
“Se a cruz
processional for colocada no presbitério, seja colocada de maneira que se torne
a cruz do altar, visível para toda a assembleia.” IGMR, n. 122 e 308
A orientação correta
é:
•Colocar a cruz
voltada para o altar, ou seja, com o Cristo crucificado voltado para o
celebrante.
•Isso vale mesmo
quando a Missa é celebrada “versus populum” (de frente para o povo).
Essa prática segue a
tradição litúrgica mais antiga e as orientações recentes da Sé Apostólica, como
se observa nas Missas celebradas na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Por que a cruz
deve estar voltada para o celebrante?
a) Teologia da
liturgia:
A
Missa é um sacrifício oferecido a Deus Pai, por Cristo, no Espírito. Toda a
assembleia presidente, ministros e fiéis – dirige-se ao Senhor, não uns aos
outros. A cruz voltada para o altar expressa isso visualmente.
“Na cruz, Deus nos
atrai a Si e, ao mesmo tempo, nos ensina o caminho da verdadeira oração. A cruz
no altar deve estar voltada ao celebrante, pois ela é o ponto de orientação
comum.” Joseph Ratzinger (Bento XVI), O Espírito da Liturgia, cap. 3
b) Unidade da
oração:
A cruz unifica a
orientação da assembleia: todos oram por meio de Cristo ao Pai. O celebrante
age in persona Christi e, por isso, deve estar voltado para o sinal do
Crucificado.
c) Evita
interpretações erradas:
A cruz voltada para o
povo pode sugerir que a Missa é um “diálogo” entre padre e assembleia, ou uma
“encenação”. A cruz voltada para o altar reafirma que a liturgia é teocêntrica,
voltada a Deus.
Aspectos
práticos para a equipe de liturgia
A cruz processional
deve conter a imagem do Crucificado, e não ser apenas uma cruz vazia.
Após a procissão de
entrada, a cruz deve ser colocada no presbitério de forma visível,
preferencialmente atrás ou ao lado do altar, com o Cristo voltado para o
celebrante.
Deve estar bem
posicionada, sem interferir na movimentação dos ministros ou obscurecer o
altar.
A cruz permanece no
presbitério até o fim da celebração. Nunca deve ser retirada durante a Missa.
Ao
final da Missa, pode ser usada novamente na procissão de saída, especialmente
em festas e solenidades.
A
correta disposição da cruz processional no presbitério é um gesto simples, mas
carregado de significado espiritual e litúrgico. A cruz é o “púlpito
silencioso” da liturgia, recordando que é Cristo quem preside e conduz a
Igreja.
Para
a equipe de liturgia, cuidar da cruz com reverência, atenção e clareza é ato de
fidelidade ao Mistério que celebramos e sinal de comunhão com a tradição viva
da Igreja.
Fontes e
referências:
1.Instrução Geral do
Missal Romano (IGMR) nn. 120, 122, 308
-https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccdds/documents/rc_con_ccdds_doc_20030317_ordinamento-messale_po.html
2.Joseph Ratzinger
(Bento XVI) O Espírito da Liturgia (2000)
3.Redemptionis Sacramentum, n. 57 Congregação para o Culto Divino.
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