"Por Deus, tenham um blog!" Papa Bento XVI


Coragem, Levanta-te! Jesus te Chama!


quarta-feira, 28 de novembro de 2012


Conferencia Episcopal de Angola e S. Tomé

Comunicado de imprensa

Sob a presidência de . Ex.cia Rev.ma Sr. D. Gabriel Mbilingi, Arcebispo do Lubango e Presidente da CEA T decorreu de 14 a 21 do mês e ano em curso, na sala de reuniões da CEAST, a segunda Assembleia Plenária Ordinária que contou com a presença de todos os Prelados da Conferência e de S. Ex.cia Rev.ma Sr. D. Novatus Rugambwa Núncio Apostólico em Angola e S. Tomé, convidado para a sessão de abertura. Saudações especiais foram dadas às suas Ex.cias Reverendíssimas D. Zeferino Zeca Martins, novo membro da Conferência e ao novo Arcebispo de Malanje, D. Benedito Roberto.

DELIBERÕES

Os Bispos presentes na Plenária aprovaram:

·         A Mensagem Pastoral Família e Cultura;

·         A Nota Pastoral sobre a Problemática da Feitiçaria e as suas Implicações na vida

o   Eclesial;

·         A Nota sobre a proclamação do Ano da Fé a nível nacional.

·         A realizão do I Congresso Eucarístico Nacional;

·         A interrupção do sexénio implementado no ano transacto nos Seminários Maiores de Angola.

·         E foram realizadas eleições para a renovação de mandatos que ditaram os seguintes resultados: presidente D. Gabriel Mbilingi; Vice presitente D. Filomeno do Nascimento Vieira Dia; Secretário Geral D. Emílio Sumbelelo; Secretário Geral adjunto D. António Francisco Jaca. (Cf. Folha anexa).

 

Conclusões e recomendações

·         Os Bispos congratularam-se com a realização das eleições gerais em Agosto passado, que decorreram num ambiente de paz harmonia, irmandade e segurança, apesar das falhas verificadas que fizeram com que muitos cidadãos não exercitassem o seu dever cívico. Outrossim, encorajam todas as forças vivas do país a trabalharem afincadamente para a implantação duma verdadeira cultura democrática.

·         Os Bispos analisaram o dossier Rádio Eclesia e reiteram o desejo de que este instrumento essencial de evangelização se estenda a todas Dioceses do nosso País.

·         Receberam com agrado a notícia sobre os fiéis que, na Diocese de Cabinda, retomaram a comunhão eclesial.

·         Reflectindo sobre a qualidade das celebrações litúrgicas nas dioceses, os Bispos constataram alguns de vios e atropelos preocupantes que ofuscam e empobrecem os actos litúrgicos, tendo, para o efeito, recomendado maior cuidado, disciplina e conhecimento profundo da Instrução Geral do Missal Romano e do Cerimonial dos Bispos, além do maior envolvimento dos rmssionanos nas actividades de evangelização e catequese. Outrossim, recomendam um programa de estudo da Exortação Pós Sinodal Africae Munus.

·         Ouvidos os relatórios das Dioceses, os Bispos constataram um crescimento na implementação dos projectos sociais que estão pouco a pouco, a atenuar os índices de sofrimento das populações, não obstante a inoperatividade de muitas obras inauguradas há bastante tempo (escolas e postos médicos) e o espectro de fome que ainda paira em algumas partes do nosso país, tendo apelado à solidariedade de todos para com os irmãos atingidos.

·         Também constataram com alguma tristeza e apreensão a manifestação de alguns sinais de regionalismos e o incremento da crença na feitiçaria atitudes que em nada abonam à consolidação da paz social e à vivência da fé autêntica, incorrendo em penas de interdição e suspensão temporárias todos aqueles fiéis leigos, religiosos e religiosas e sacerdotes que recorrerem e fomentarem a prática da feitiçaria.

·         Devido a certos abusos aberrações e baixezas que se verificam nas celebrações dos óbitos e funerais, os Bispos manifestaram muita preocupação e apelam ao respeito pelos irmãos que já partiram, conferindo maior dignidade aos cemitérios.

 

AUDIÊNCIAS E CELEBRAÇÕES

No decurso dos trabalhos foram recebidas as seguintes delegações:

 

·         Os Delegados da CEAST ao Congresso Panafricano dos Leigos Católicos que teve lugar em YAUDÉ - Camarões de quem receberam informações sobre o evento e suas implicações nas nossas acções pastorais.

·         O Secretário executivo da Comissão Episcopal de Justiça e Paz, que apresentou aos Prelados o Relatório sobre as eleições gerais em Angola, tendo os Bispos louvado e ratificado o trabalho realizado, bem como a iniciativa, sem, contudo, deixar de lamentar o facto de o número de observadores da Igreja Católica não ter sido proporcional à sua representatividade no País.

·         A Comissão Episcopal da Pastoral Juvenil de quem receberam informações úteis sobre os preparativos da Jornada Mundial da Juventude, a ter lugar no Rio de Janeiro, na última quinzena de Julho de 2013.

·         ´A Delegação da Direcção Principal de Saúde do Estado-Maior das F AA, chefiada pelo Tenente General Médico Aires Africano, com a qual se aprofundaram os termos de cooperação entre os Serviços de Saúde das F AA e a CEAST.

·         Os Bispos foram também informados, pelos respectivos delegados, sobre o VII Encontro Mundial das Famílias que teve lugar em Milão em Junho passado, sobre os compromissos da CEAST na IMBISA; sobre os resultados do encontro dos Bispos da lusofonia que teve lugar em Tirnor-leste, em Setembro passado; e sobre o Sínodo dos Bispos que teve lugar em Roma, em Outubro último.

·         Por fim, no último domingo, dia 18, numa solene concelebração, 'na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, os Bispos proclamaram a abertura do Ano da Fé a nível nacional e conferiram posse ao recém-criado Secretariado Nacional do Apostolado dos Leigos.

 

 

Luanda, 21 de Novembro de 2012

 

BISPOS DA CEAST

terça-feira, 27 de novembro de 2012


Paludismo (malária)



O paludismo (malária) é uma infecção dos glóbulos vermelhos causada pelo Plasmodium, um organismo unicelular.

O paludismo transmite-se através da picada do mosquito Anopheles fêmea infectado, por uma transfusão de sangue contaminado ou então por uma injecção dada com uma agulha previamente utilizada numa pessoa infectada. Existem quatro espécies de parasitas (Plasmodium vivax, Plasmodium ovale, Plasmodium falciparum e Plasmodium malariae) que podem infectar os humanos e causar paludismo.

Os medicamentos e os insecticidas têm feito com que o paludismo seja muito raro nos países mais desenvolvidos, mas a infecção continua a ser muito frequente nos países tropicais. As pessoas originárias dos trópicos em visita a outros países ou os turistas que regressam dessas áreas estão por vezes afectados e causarão, possivelmente, uma pequena epidemia.

O ciclo de vida do parasita começa quando um mosquito fêmea pica um indivíduo infectado. O mosquito aspira sangue que contém parasitas do paludismo, os quais chegam às suas glândulas salivares. Quando o mosquito pica outra pessoa, injecta parasitas com a sua saliva. Uma vez dentro da pessoa, os parasitas depositam-se no fígado, onde se multiplicam. Amadurecem no decurso de 2 a 4 semanas e depois abandonam o fígado e invadem os glóbulos vermelhos. Os parasitas multiplicam-se dentro dos glóbulos vermelhos, o que finalmente faz com que eles rebentem.

Plasmodium vivax e Plasmodium ovale podem permanecer nas células do fígado enquanto vão, periodicamente, libertando parasitas maduros para a corrente sanguínea, provocando ataques com os sintomas do paludismo. Plasmodium falciparum e Plasmodium malariae não permanecem no fígado. Contudo, se a infecção não for tratada ou receber um terapêutica inadequada, a forma madura do Plasmodium falciparum pode persistir na corrente sanguínea durante meses e a forma madura do Plasmodium malariae durante anos, provocando ataques repetidos com os sintomas do paludismo.

Sintomas e complicações

Os sintomas costumam começar entre 10 e 35 dias depois de um mosquito ter injectado o parasita na pessoa. Em geral, os primeiros sintomas são febre ligeira e intermitente, dor de cabeça e dor muscular, calafrios juntamente com uma sensação de doença (mal-estar geral). Às vezes os sintomas começam com arrepios e tremores seguidos de febre, os quais duram entre 2 e 3 dias; confundem-se frequentemente com a sintomatologia da gripe. Os sintomas subsequentes e os padrões que a doença segue variam para cada tipo de paludismo.

Dados para recordar acerca da malária
·         Os medicamentos preventivos não são 100 % eficazes.
·         Os sintomas podem começar um mês ou mais depois de o indivíduo ter sido infectado por uma picada de mosquito.
·         Os primeiros sintomas são inespecíficos e costumam confundir-se com o da gripe.
·         É importante estabelecer um diagnóstico rapidamente e começar o tratamento, particularmente para a malária por P. falciparum, que é mortal, chegando a 20 % das pessoas infectadas.
Anopheles
O Anopheles é o mosquito transmissor da malária.

No paludismo por Plasmodium falciparum pode verificar-se uma alteração da função cerebral, complicação denominada malária cerebral. Os sintomas consistem em febre de pelo menos 40ºC, dor de cabeça intensa, vertigens, delírio e confusão. O paludismo cerebral pode ser mortal. Em geral afecta as crianças, as mulheres grávidas e os turistas que se dirigem para zonas de alto risco. No paludismo por Plasmodium vivax pode haver delírio quando a febre estiver alta, mas, se não for esse o caso, os sintomas cerebrais não são frequentes.

Em todas as variedades de paludismo, o número total de glóbulos brancos costuma ser normal, mas o número de linfócitos e de monócitos, dois tipos específicos de glóbulos brancos, aumenta. Em geral, se o paludismo não for tratado, aparece icterícia ligeira e o fígado e o baço aumentam de volume. (Ver secção 16, capítulo 167) É frequente que a concentração de açúcar no sangue (glicose) diminua ainda mais nas pessoas que têm uma grande quantidade de parasitas. Os valores de açúcar no sangue podem descer posteriormente naqueles que são tratados com quinina.

Às vezes o paludismo persiste apesar de no sangue aparecerem apenas números baixos de parasitas. Os sintomas incluem apatia, dores de cabeça periódicas, sensação de mal-estar, falta de apetite, fadiga e ataques de calafrios e febre. Os sintomas são consideravelmente mais ligeiros e os ataques não duram tanto como o primeiro.

Se um indivíduo não receber tratamento, os sintomas do paludismo por Plasmodium vivax, por Plasmodium ovale ou por Plasmodium malariae regridem espontaneamente em 10 a 30 dias, mas podem recorrer com intervalos variáveis. O paludismo por Plasmodium falciparum é mortal, chegando a 20 % dos afectados.

A febre hemoglobinúrica é uma complicação rara do paludismo causada pela ruptura de uma grande quantidade de glóbulos vermelhos. Em seguida liberta-se um pigmento vermelho (hemoglobina) na corrente sanguínea. A hemoglobina, que é logo excretada com a urina, faz com que esta apresente uma cor escura. Esta febre ocorre quase exclusivamente nos doentes com malária crónica por Plasmodium falciparum, especialmente nos que foram tratados com quinina.

Diagnóstico

O médico suspeita que um indivíduo apresenta malária quando este tem ataques periódicos de calafrios e febre sem causa aparente. A suspeita é maior se, durante o ano anterior, a pessoa visitou alguma zona na qual o paludismo é frequente e se, além disso, o seu baço aumentou de volume. O facto de se identificar o parasita numa amostra de sangue confirma o diagnóstico. É possível que sejam necessárias mais do que uma amostra para estabelecer o diagnóstico, porque a taxa de parasitas no sangue varia com o passar do tempo. O resultado do laboratório deve identificar a espécie de Plasmodium encontrado no sangue, porque o tratamento, as complicações e o prognóstico variam conforme a espécie.

Prevenção e tratamento

As pessoas que vivem em zonas endémicas ou então que viajam para lá devem tomar as suas precauções. Podem utilizar insecticidas com efeitos de longa duração quer dentro das suas casas quer nas zonas anexas, colocar redes nas portas e janelas, usar mosquiteiro sobre as suas camas e aplicar repelente contra mosquitos na pele. Também devem usar roupa suficiente, em particular depois do pôr do Sol, protegendo a pele o mais possível contra as picadas dos mosquitos.

É possível iniciar algum tipo de medicação para prevenir o paludismo durante uma viagem a uma zona endémica. O medicamento começa a ser tomado uma semana antes, continua-se durante toda a estada e prolonga-se durante mais um mês depois de ter abandonado a zona. O fármaco mais frequentemente utilizado é a cloroquina. Contudo, muitas zonas do mundo têm espécies de Plasmodium falciparum que são resistentes a este fármaco. Outras medicações compreendem a mefloquina e a doxiciclina. No entanto, a doxiciclina não pode ser tomada por crianças menores de 8 anos ou mulheres grávidas.

Nenhuma terapêutica é completamente eficaz no momento de evitar a infecção. Os turistas que tenham febre enquanto se encontram numa zona infestada de malária deverão ser examinados de imediato por um médico. O indivíduo pode começar a tomar, por conta própria, uma combinação de fármacos como a pirimetamina-sulfadoxina, até conseguir ajuda médica.

O tratamento depende do tipo de malária e de, na zona geográfica em concreto, existirem espécies de parasitas resistentes à cloroquina. Para um ataque agudo de malária por P. falciparum numa zona que se sabe possuir espécies resistentes à cloroquina, a pessoa pode tomar quinina ou receber quinidina endovenosa. Noutros tipos, a resistência à cloroquina é menos frequente e, por consequência, a pessoa afectada toma-a, habitualmente, seguida de primaquina.





 

Sintomas e tipos de paludismo
Paludismo por P. vivax e por P. ovale
Um ataque pode começar bruscamente com um calafrio intenso, seguido de sudação e febre que aparece e desaparece. No decurso de uma semana, fica estabelecido o padrão típico de ataques intermitentes. Um período de dor de cabeça e mal-estar pode ser seguido de arepios intensos. A febre dura de 1 a 8 horas. Uma vez que ela regride, a pessoa sente-se bem, até aparecerem os calafrios seguintes. No caso do paludismo por P. vivax, os ataques costumam surgir todas as 48 horas.
Paludismo por P. falciparum
Um ataque pode começar por calafrios. A temperatura sobe gradualmente, para depois baixar de forma brusca. O ataque pode durar de 20 a 36 horas. A pessoa pode sentir-se mais doente do que com o paludismo por P. vivax, além de sofrer de uma dor de cabeça intensa. Entre os ataques, durante intervalos que oscilam entre as 36 e as 72 horas, podem sobrevir sintomas depressivos e manifestar-se um pouco de febre.
Paludismo por P. malariae
Um ataque costuma começar bruscamente. O referido ataque é semelhante ao do paludismo por P. vivax, mas aqui repete-se cada 72 horas.

Fonte:   http://www.manualmerck.net

domingo, 18 de novembro de 2012

Dar ao Khrónos o Kayros


Dar ao Khrónos o Kayros.
Dar ao tempo cronológico o Tempo de Deus.
 
Na missão o Tempo é diferente do tempo.
Decidir algo depende do Tempo
Ao assumir uma responsabilidade nova é necessário ter Tempo para executá-la
Estar numa nova missão tem que dar Tempo ao tempo
O Tempo é importante para chegar ao tempo certo
O Tempo na missão não é cronológico
O que deixa muitos missionários perdidos no tempo.
Confia-se em Deus, tem-se fé, mas ainda há dificuldade de compreender que o tempo na missão é de Deus e não do relógio, nem do calendário.
Para Deus mil anos é como um dia e um dia como mil anos.(Sl 89)
Há missionários que ficam muitos anos em missão e tem a sensação de que “perdeu-se” muito tempo
Há missionários que em poucos dias “ganhou” muito tempo.
Na verdade, não houve perca nem ganho de tempo.
Na missão não há como medir o quanto se fez ou deixou de fazer com o tempo.
Qual é o tempo necessário para realização de uma missão?
Quem se preocupa com o quanto fez ou deixou de fazer na missão não está aproveitando o Tempo.
Determinar a sequência temporal dos acontecimentos é vaidade.
O Tempo na missão não é um tempo para fazer ou para não fazer.
O Tempo na missão é para ser, superando o utilitarismo e o ativismo.
O ser é presença em todo tempo
“Há tanto tempo estou contigo e não me conheces?” (Jo 14,9)
Dar Tempo ao tempo na missão é dar ao tempo cronológico o Tempo de Deus.
“Tudo tem seu tempo...” (Ecl.3) – Paradoxo - Não há tempo para tudo. Porque o tempo foge, Não poderei escutar todas as músicas que desejo, Não poderei ler todos os livros que desejo, Não poderei abraçar todas as pessoas que desejo...
Procurar qualidade no tempo, não quantidade de tempo. Assim, sempre há Tempo.
“As coisas de Deus são, como as ciências terrestres, aprofundadas aos poucos. O tempo, a reflexão, a experiência ensinam a desembaraçar a verdade dos meandros do erro.” (Pe. Júlio Maria)
Desejamos que Deus ilumine a nossa vida para que sabermos dar Tempo ao tempo e sermos uns bons missionários.
 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Superar paradigmas.

Itinerância como medicamento.

 

Eis que faço nova todas as coisas...

Crer, ousar e partir.

 

“Citumbo ka mbaci cinatu haze, muchima kucatwile.”

(“o remédio para a tartaruga atua por fora, não no interior”  – uma vez que se aplica na carapaça)

 

A cultura que nos educa também nos aprisiona, se torna uma carapaça que nos da segurança, nos faz amadurecer a personalidade e identidade, mas pode nos tornar pouco sensíveis, lentos como a tartaruga para penetrar em outras culturas, superar este paradigma exige dedicação e cor-agem.

Jesus de Nazaré é o nosso grande modelo de superação de paradigmas, pois viu com olhos novos, ajudou a muitos enxergar com olhos renovados “Senhor eu quero ver de novo...”

Crer em Deus é deixar-se transformar o coração de pedra em coração de carne, ter um espírito novo... (Ez 11,19; Sl 17, 10; Pr 26, 9; Mt 5,8; 6,21; Mc 16,14; 1Tm 1,5; 1Pd 5,2 ...) para podermos dizer como o salmista: “ Meu coração esta firme, ó Deus, meu coração esta firme” (Sl 57,8).

Crer no ensinamento de Jesus nos faz portanto ter também olhos novos, atitudes novas, paradigmas renováveis( cego de Jericó, João Batista, Nicodemos, Pedro, Tomé, Paulo...) .

Crer na capacidade do Pe. Júlio Maria de refazer paradigmas... deixar família e ir em missão para África, refazer opção de vida religiosa de irmão ao sacerdócio, adere a nova forma de acolher vocacionados na nascente congregação do missionários da Sagrada Família, deixa uma promissora atividade missionaria na Europa e se doa para missão Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil, enxerga necessidades do povo brasileiro funda congregações partindo de seu olhar sobre o coração de Maria e a Eucaristia... “Coração eucarístico de Jesus...”.

Crer na força espiritual herdada do Pe. Júlio Maria delegada a suas congregações nos torna Julimarianos.

Ousar sair da zona de conforto, para dar resposta ao amor universal no chamado de Jesus Cristo, nos torna testemunhas de superação de paradigmas... “Vinde e vede...” “Quem é o teu próximo?...vá e faça o mesmo...” “Quem comer minha carne e beber o meu sangue permanece em mim e eu nele...” ter o ousadia de chamar de Deus Pai quebra o maior de todos os paradigmas, o encontro encarnatório do divino e do humano... “e a Palavra se fez Carne e habitou no meio de nós.”

Partir é vivência, “Ide por todo mundo...” “Eis que deixamos tudo para te seguir...” sair de mala vazia ou só com a metade da mala se torna relativo quando o coração e a razão estão cheios do amor universal para doar a humanidade... “Padre Júlio Maria, tens um grande coração todo cheio de ardor. Tu viste pra doar tua vida em missão.”

Acolher novos paradigmas se torna um grande desafio, pois não se esquece da cultura, forma de pensar e se comunicar, a fragilidade humana, as seguranças (ideológicas, financeira, familiar, amizades...) o medo do novo, vai aumentando a dureza da nossa “carapaça” e a itinerância demora a penetrar em nosso interior.

Temos outros “medicamentos” que podem ajudar no processo de flexibilização de nossos paradigmas. “Na escola dos ‘pobres’ somos chamados a avaliar nossas atitudes missionarias (Dir. 28); “A ação evangelizadora supõe um grande amor aos destinatários da nossa missão, a atenção a seus clamores e carências, a alegria de lhes anunciar a Boa Nova e a necessidade de nos deixar também evangelizar por eles” (Const 79b). “ Com o espírito missionário do apóstolo Paulo, que se fez judeu com judeus, gentio com os gentios, fraco com os fracos, que se fez tudo para todos afim de ganhar o maior número (cf. 1 Cor 9, 19-23), empenhar-nos-emos em assumir os valores positivos da cultura dos destinatários de nossa missão e em buscar s linguagem adequada à sua condição, adaptando-a ao tempo, ao lugar e aos meios que usamos para evangelizar.” (Const. 82). “é nossa missão na Igreja, revelar aos homens as riquezas e as exigências do mistério eucarístico.” (Const. 77). “O missionário sacramentino é chamado a ter um coração do tamanho do mundo” (PGF). “Estamos no frescor de nossa história, desejosos de conquistar maior maturidade, acertar o rumo, ser resposta mais eficaz as necessidades de hoje. Precisamos alçar voos maiores, responder aos apelos, assumir a itinerância, pois a missão é urgente e não pode parar... Temos certeza que não nascemos para ficar fechados, presos em um estado, ou mesmo em um pais. Como consagrados, sabemos que nosso chão missionário é o mundo, devem fazer parte de nós a itinerância e a disponibilidade para estarmos onde muitos não querem estar, devemos ir onde mais precisam de nós” (PGC intro.)

A missão dos Sacramentinos em Nana Candundo se torna oportunidade para desenvolver novos paradigmas, ser hospede na casa do outro causa insegurança, mas é o caminho para deixar o medicamento superar a dureza de nossa “carapaça” e aos poucos “chowve chowve” (pouco a pouco) vamos nos abrindo a paradigmas diferentes de nosso ethos cultural. Necessitamos refazer nossa forma de pensar a evangelização, os nossos documentos congregacionais, as circulares, metas capitulares, economia, formação, a partilha solidária, nossa forma de rezar... até as férias... a carapaça é dura sim, mas quanto antes começarmos a ungir com o balsamo da itinerância tanto mais cedo teremos mais coragem de acolher novos paradigmas.

Jila yetu hamwe.

Kwendela hamu Munzhila.

Caminhamos juntos!

 

Pe. Renato, sdn – Kapilishito Kahilo, sdn – Mupadiri Kafunti, sdn

Pe. João, sdn – Kapilishito Yowano, sdn – Mupadiri Yowanu, sdn

 

Espiritualidade sacerdotal

PARE – OLHE – OUÇA

 

Entre os dias 16 a 19 de outubro estivemos reunidos em Lwena  na paróquia Nossa Senhora das Vitorias no bairro Sacalumbo, para o retiro anual do clero secular.

Oportunidade de aproximação e estreitar os laços de fraternidade com o presbitério de Lwena, o pregador padre Paulino Cambungo é redentorista, angolano e tem 63 anos de idade. Já foi provincial dos redentoristas em Angola e vice provincial, atua missionariamente em Menonge.

Refletimos sobre a espiritualidade sacerdotal , oportunidade para reafirmar e aprofundar nosso estilo e opção de vida numa sociedade marcada por muitos antivalores a Vida Consagrada.

A cultura vem como um comboio, assim os consagrados devem PARAR, OLHAR E OUVIR para não serem surpreendidos e colhidos por este trem que parece estar desgovernado ou sem rumo certo.

É nossa missão como consagrados é ajudar este comboio ter rumo certo, estar governável, mesmo sabendo que a cultura precisa de liberdade para se desenvolver. Para isto devemos cultivar nossa espiritualidade sustentando-a com aprofundamento da Palavra de Deus, o empenho na preparação das ações litúrgicas, no serviço pastoral a Igreja e ao povo de Deus.

Há momentos na vida do sacerdote que ditam como deve ser sua espiritualidade. Portanto cada consagrado deve estar atento a este crescimento espiritual a que todos se comprometeram nas promessas sacerdotais, além de buscar um constante equilíbrio afetivo, inserção cultural, capacitação intelectual...

Houve grande crescimento em nossa compreensão da realidade cultural, eclesial e da história angolana pelas partilhas dos padres da diocese e por parte do pregador. Oportunidade especial de parar, olhar e ouvir.

Neste segundo retiro fora do ambiente de fraternidade Sacramentina, sentimos falta da conversa de irmãos, a partilha da missão, as angústias de alguns e as alegria de outros. Mesmo distantes somos tocados pela comunhão que celebramos.

 

Caminhos juntos!

Pe. Renato Dutra Borges, sdn

Pe. João Lúcio Gomes Benfica, sdn