Superar
paradigmas.
Itinerância como
medicamento.
Eis que faço nova todas as coisas...
Crer, ousar e partir.
“Citumbo ka mbaci cinatu haze, muchima kucatwile.”
(“o remédio para a tartaruga atua por fora, não no
interior” – uma vez que se aplica na carapaça)
A cultura que nos educa
também nos aprisiona, se torna uma carapaça que nos da segurança, nos faz
amadurecer a personalidade e identidade, mas pode nos tornar pouco sensíveis,
lentos como a tartaruga para penetrar em outras culturas, superar este
paradigma exige dedicação e cor-agem.
Jesus de Nazaré é o
nosso grande modelo de superação de paradigmas, pois viu com olhos novos,
ajudou a muitos enxergar com olhos renovados “Senhor eu quero ver de novo...”
Crer em Deus é
deixar-se transformar o coração de pedra em coração de carne, ter um espírito
novo... (Ez 11,19; Sl 17, 10; Pr 26, 9; Mt 5,8; 6,21; Mc 16,14; 1Tm 1,5; 1Pd
5,2 ...) para podermos dizer como o salmista: “ Meu coração esta firme, ó Deus,
meu coração esta firme” (Sl 57,8).
Crer no ensinamento de
Jesus nos faz portanto ter também olhos novos, atitudes novas, paradigmas renováveis(
cego de Jericó, João Batista, Nicodemos, Pedro, Tomé, Paulo...) .
Crer na capacidade do
Pe. Júlio Maria de refazer paradigmas... deixar família e ir em missão para
África, refazer opção de vida religiosa de irmão ao sacerdócio, adere a nova
forma de acolher vocacionados na nascente congregação do missionários da
Sagrada Família, deixa uma promissora atividade missionaria na Europa e se doa
para missão Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil, enxerga necessidades do povo
brasileiro funda congregações partindo de seu olhar sobre o coração de Maria e
a Eucaristia... “Coração eucarístico de Jesus...”.
Crer na força
espiritual herdada do Pe. Júlio Maria delegada a suas congregações nos torna
Julimarianos.
Ousar sair da zona de
conforto, para dar resposta ao amor universal no chamado de Jesus Cristo, nos
torna testemunhas de superação de paradigmas... “Vinde e vede...” “Quem é o teu
próximo?...vá e faça o mesmo...” “Quem comer minha carne e beber o meu sangue
permanece em mim e eu nele...” ter o ousadia de chamar de Deus Pai quebra o
maior de todos os paradigmas, o encontro encarnatório do divino e do humano...
“e a Palavra se fez Carne e habitou no meio de nós.”
Partir é vivência, “Ide
por todo mundo...” “Eis que deixamos tudo para te seguir...” sair de mala vazia
ou só com a metade da mala se torna relativo quando o coração e a razão estão
cheios do amor universal para doar a humanidade... “Padre Júlio Maria, tens um grande
coração todo cheio de ardor. Tu viste pra doar tua vida em missão.”
Acolher novos
paradigmas se torna um grande desafio, pois não se esquece da cultura, forma de
pensar e se comunicar, a fragilidade humana, as seguranças (ideológicas,
financeira, familiar, amizades...) o medo do novo, vai aumentando a dureza da
nossa “carapaça” e a itinerância demora a penetrar em nosso interior.
Temos outros
“medicamentos” que podem ajudar no processo de flexibilização de nossos
paradigmas. “Na escola dos ‘pobres’ somos chamados a avaliar nossas atitudes missionarias
(Dir. 28); “A ação evangelizadora supõe um grande amor aos destinatários da
nossa missão, a atenção a seus clamores e carências, a alegria de lhes anunciar
a Boa Nova e a necessidade de nos deixar também evangelizar por eles” (Const
79b). “ Com o espírito missionário do apóstolo Paulo, que se fez judeu com judeus,
gentio com os gentios, fraco com os fracos, que se fez tudo para todos afim de
ganhar o maior número (cf. 1 Cor 9, 19-23), empenhar-nos-emos em assumir os
valores positivos da cultura dos destinatários de nossa missão e em buscar s
linguagem adequada à sua condição, adaptando-a ao tempo, ao lugar e aos meios
que usamos para evangelizar.” (Const. 82). “é nossa missão na Igreja, revelar
aos homens as riquezas e as exigências do mistério eucarístico.” (Const. 77). “O
missionário sacramentino é chamado a ter um coração do tamanho do mundo” (PGF).
“Estamos no frescor de nossa história, desejosos de conquistar maior
maturidade, acertar o rumo, ser resposta mais eficaz as necessidades de hoje.
Precisamos alçar voos maiores, responder aos apelos, assumir a itinerância,
pois a missão é urgente e não pode parar... Temos certeza que não nascemos para
ficar fechados, presos em um estado, ou mesmo em um pais. Como consagrados,
sabemos que nosso chão missionário é o mundo, devem fazer parte de nós a
itinerância e a disponibilidade para estarmos onde muitos não querem estar,
devemos ir onde mais precisam de nós” (PGC intro.)
A missão dos
Sacramentinos em Nana Candundo se torna oportunidade para desenvolver novos
paradigmas, ser hospede na casa do outro causa insegurança, mas é o caminho
para deixar o medicamento superar a dureza de nossa “carapaça” e aos poucos
“chowve chowve” (pouco a pouco) vamos nos abrindo a paradigmas diferentes de
nosso ethos cultural. Necessitamos refazer nossa forma de pensar a
evangelização, os nossos documentos congregacionais, as circulares, metas
capitulares, economia, formação, a partilha solidária, nossa forma de rezar...
até as férias... a carapaça é dura sim, mas quanto antes começarmos a ungir com
o balsamo da itinerância tanto mais cedo teremos mais coragem de acolher novos
paradigmas.
Jila yetu hamwe.
Kwendela hamu
Munzhila.
Caminhamos juntos!
Pe. Renato, sdn – Kapilishito Kahilo, sdn – Mupadiri
Kafunti, sdn
Pe. João, sdn – Kapilishito Yowano, sdn – Mupadiri
Yowanu, sdn
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